domingo, 15 de dezembro de 2019

(Re) Significar


(Re) Significar

 (Re) significar palavras, ações, pensamentos.

Já tentou entender como funciona suas crenças e valores? Já se questionou sobre as lembranças e a forma como retemos todo esse acumulo de informações e comandos?

Uma das situações mais recorrentes no set terapêutico é a forma como lidarmos com essas questões, a forma como são disparados nossos gatilhos e a percepção da influência do meio social que vivemos, afinal vivemos (ou não) em sociedade (e sim, ele é um ambiente estressor).

Aprendemos a todo momento tarefas ditas “essenciais” para um bom convívio (de quem?), começando por exemplo com nossa primeira experiência de comando, os dos nossos pais (não corra, não fala palavrão, não sobe na arvore e assim vai) e inicialmente não aprendemos a pensar e não percebemos se isso nos constitui como pessoa, se isso faz parte do nosso Dna ou da nossa identidade.

Mas não é fácil perceber esses maneirismos que usamos, afinal no dia a dia, precisamos pertencer a um núcleo, agradar nosso chefe, ser o melhor amigo, ser o melhor marido/esposa, ser o melhor filho (a), ou seja, ser o melhor, o melhor e melhor.

E quanto disso faz parte de você?

Esse texto não tem como intuito trazer dados científicos ou ditar regras da forma como deve se comportar, mas implica em possibilidades de reflexões.

 Eu convido você a pensar no último ato que realizou antes de ler esse texto, em algum momento você raciocinou sobre seu método ao fazê-lo ou apenas aconteceu por osmose?

Na grande maioria das vezes, uma vez aprendido, você apenas reproduz e isso acontece diariamente no nosso cotidiano com comandos simples como: andar, dirigir, comer.

Ainda que inconsciente nosso corpo está fadado a obedecer, se sente fome, coma, se tem sede, beba (olha o imperativo em nossa relação), mas até em mecanismos de sobrevivência, como é o caso do nosso corpo, nós não paramos para pensar nos motivos e para quem sabe entender as necessidades e talvez evita-las ou melhorá-la.

Grande parte do mal que vivemos em relação as nossas demandas, pode estar ligado a esse movimento de “copia e cola”, da facilidade que é reproduzirmos ao invés de pensarmos nos porquês, da necessidade de estarmos o tempo todo em estado de alerta e de mantermos o estilo de vida que teoricamente é o ideal.

No momento em que você toma consciência do que está fazendo cria-se caminhos para encontrar um equilíbrio, você abre possibilidades de escolhas e não apenas convive com as consequências dos seus (?) atos, imagina que nós sempre vamos viver com um “duplo” em nós, uma espécie de gêmeo, um que cumpri as regras sociais e um que precisa questionar todo esse mecanismo imposto (e é esse que quero que você conheça).

Sempre teremos nossas questões, nossas dúvidas e indagações, nossos dias ruins, nossas angustias, mas isso não vai mudar (assustado?), são leis pétreas da vida, por isso, tentar, errar, recomeçar, aprender, uma rotina quase que essencial na construção do Ser.

Lógico que aqui não estou dizendo que os problemas externos deixarão de existir pelo fato de tomar consciência dos seus atos, (honestamente, talvez até piore), mas as consequências deles serão mais leves e mais aceitas por você, e isso sim, pode amenizar as mazelas do seu dia a dia.

Se ao ler esse texto você ficou curioso e não entendeu a forma e como encontrar seus próprios mecanismos, conversar com um psicoterapeuta pode ser uma boa alternativa.


Um comentário:

  1. Ficou muito bom o texto doug. Resignificar faz parte da vida da gente sempre. Sou victor rs

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