(Re) Significar
(Re) significar palavras, ações, pensamentos.
Já
tentou entender como funciona suas crenças e valores? Já se questionou sobre as
lembranças e a forma como retemos todo esse acumulo de informações e comandos?
Uma
das situações mais recorrentes no set terapêutico é a forma como lidarmos com essas
questões, a forma como são disparados nossos gatilhos e a percepção da influência
do meio social que vivemos, afinal vivemos (ou não) em sociedade (e sim, ele é
um ambiente estressor).
Aprendemos
a todo momento tarefas ditas “essenciais” para um bom convívio (de quem?),
começando por exemplo com nossa primeira experiência de comando, os dos nossos
pais (não corra, não fala palavrão, não sobe na arvore e assim vai) e inicialmente
não aprendemos a pensar e não percebemos se isso nos constitui como pessoa, se isso
faz parte do nosso Dna ou da nossa identidade.
Mas
não é fácil perceber esses maneirismos que usamos, afinal no dia a dia,
precisamos pertencer a um núcleo, agradar nosso chefe, ser o melhor amigo, ser
o melhor marido/esposa, ser o melhor filho (a), ou seja, ser o melhor, o melhor
e melhor.
E
quanto disso faz parte de você?
Esse
texto não tem como intuito trazer dados científicos ou ditar regras da forma
como deve se comportar, mas implica em possibilidades de reflexões.
Eu convido você a pensar no último ato que
realizou antes de ler esse texto, em algum momento você raciocinou sobre seu
método ao fazê-lo ou apenas aconteceu por osmose?
Na
grande maioria das vezes, uma vez aprendido, você apenas reproduz e isso
acontece diariamente no nosso cotidiano com comandos simples como: andar,
dirigir, comer.
Ainda
que inconsciente nosso corpo está fadado a obedecer, se sente fome, coma, se
tem sede, beba (olha o imperativo em nossa relação), mas até em mecanismos de
sobrevivência, como é o caso do nosso corpo, nós não paramos para pensar nos motivos
e para quem sabe entender as necessidades e talvez evita-las ou melhorá-la.
Grande
parte do mal que vivemos em relação as nossas demandas, pode estar ligado a
esse movimento de “copia e cola”, da facilidade que é reproduzirmos ao invés de
pensarmos nos porquês, da necessidade de estarmos o tempo todo em estado de
alerta e de mantermos o estilo de vida que teoricamente é o ideal.
No
momento em que você toma consciência do que está fazendo cria-se caminhos para
encontrar um equilíbrio, você abre possibilidades de escolhas e não apenas convive
com as consequências dos seus (?) atos, imagina que nós sempre vamos viver com
um “duplo” em nós, uma espécie de gêmeo, um que cumpri as regras sociais e um
que precisa questionar todo esse mecanismo imposto (e é esse que quero que você
conheça).
Sempre
teremos nossas questões, nossas dúvidas e indagações, nossos dias ruins, nossas
angustias, mas isso não vai mudar (assustado?), são leis pétreas da vida, por
isso, tentar, errar, recomeçar, aprender, uma rotina quase que essencial na construção
do Ser.
Lógico
que aqui não estou dizendo que os problemas externos deixarão de existir pelo
fato de tomar consciência dos seus atos, (honestamente, talvez até piore), mas
as consequências deles serão mais leves e mais aceitas por você, e isso sim,
pode amenizar as mazelas do seu dia a dia.
Se
ao ler esse texto você ficou curioso e não entendeu a forma e como encontrar
seus próprios mecanismos, conversar com um psicoterapeuta pode ser uma boa
alternativa.